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Um moço muito branco: análise

Mito e religião no imaginário sertanejo: uma leitura de Um moço muito branco

*Ana Ferreira Silva

João Guimarães Rosa morreu em 1967, cinco anos após a publicação de Primeiras estórias.O título do livro requer uma explicação, como observou Paulo Rona: Primeiras, porque é a primeira vez que o autor pratica o gênero conto; estórias, por tratar-se de acontecimentos fictícios. Primeiras estórias  publicada em 1962, traz 21 narrativas curtas, tradicionalmente causos mineiros que constituem variados enredos, dentre os quais, chama a atenção um conto labiríntico e surpreendente,  Um moço muito branco

 O que primeiro chama a atenção do leitor é a descrição dos eventos ocorridos “Na noite de 11 de novembro de 1872, na comarca do Serro Frio, em Minas Gerais”. Apesar de se considerar a ficcionalidade da obra, o leitor sente-se tentado a comprovar a veracidade dos fatos por meio de um levantamento histórico. Consultadas as Efemérides Mineiras (agenda em que se relacionam acontecimentos diários), compiladas por José Pedro Xavier da Veiga, jornalista, historiador e político de destaque  do século XIX, obtêm-se a descrição pormenorizada dos eventos ocorridos em Serro Frio:

 “Terremoto e inundação no rio do Peixe. À noite, pelas 11 horas, ouviram-se no Condado districto da cidade do Serro, dous grandes estrondosquase juntos, e a terra estremeceu: passados 10 a 15 minutos rompeu tão monstruosa enchente como nunca viu-se alli. Houve perda de muitas vidas” . (VEIGA, 1998)

O trecho descrito por Veiga comprova que Rosa utilizou elementos precisos, provavelmente “referidos nas folhas da época e exarados nas Efemérides”. Vejamos a descrição inicial do conto de Guimarães Rosa com a descrição de Veiga:

e a terra abalou, num terremoto que sacudiu os altos, quebrou e entulhou casas, remexeu vales, matou gente sem conta; caiu outrossim medonho temporal, com assombrosa e jamais vista inundação, subindo as águas de rio e córregos a sessenta palmos da plana.(ROSA, 2001, p.149)

 Diante desses elementos concludentes, a intenção narrativa, a priori, parece  ser a mais verossímil possível. Mas depois se dilui ao descomprometer-se com a veracidade dos fatosAssim, datas e locais específicos são meros pretextos para a correspondência de outras verdades que serão narradas.

Nas primeiras linhas de Um moço muito branco,  vistas em conjunto, o leitor depara-se com o surgimento de um moço na fazenda de Hilário Cordeiro. Um moço, aparentemente sem memória e que não compreendia a linguagem ou  gestos dos sertanejos:

Nada ouvindo, não respondia, nem que não, nem que sim; o que era coisa de compaixão e lamentosa. Nem fizesse por entender, isto é, entendia, às vezes ao contrário, os gestos”. (ROSA, 2001, p.150[1])

Possivelmente, o moço seja um dos sobreviventes da catástrofe que ocorrera dias atrás, em Serro Frio. Aos poucos, o estranho moço observava atentamente os costumes e a rotina das pessoas do Condado:

Supreendente, contudo, o que assaz observava, resguardado, até espreitasse por miúdo os vezos de coisas e pessoas; o que, porém, melhor se viu pelo depois.” (UMMB,151).

 Note-se a força desta conjunçãoporém no trecho descrito, para onde convergem as razões das personagens e a crítica histórica do narrador. Mesmo sem comunicar-se, o  moço, possivelmente um estrangeiro, adaptava-se aos costumes dos habitantes de Serro Frio, inclusive sendo útil na fazenda de Hilário Cordeiro. Presumo que devido ao seu conhecimento da terra e somando-se  a facilidade que tinha em manipular instrumental técnico, logo fez com que as terras de Cordeiro prosperassem. Mas o trecho  revela  uma inquietante imprecisão, entre o foco narrativo e a visão dos sertanejos.

De um lado, do  ponto de vista racional, e isso inclui a visão do narrador, o surgimento do moço  está relacionado  ao seu estado de exílio, em decorrência dos cataclismos, “outros vagavam ao deus-dar, nem sabendo mais, no avesso, os caminhos de outrora” (ROSA, p.150). O narrador descreve os acontecimentos à luz das ciências naturais.

De outro, ao invés de olhar de fora, limitando-se por um ponto de vista, o narrador entra no interior da realidade dos sertanejos e descreve os acontecimentos do ponto de vista dos personagens. É curioso notar que a aparição do moço, descrita pelos sertanejos,  lembra o relato  bíblico, no texto do Apocalipse  em que um anjo revela a João os episódios que breve haverão de acontecer:

 “O anjo avista o trono de Deus, de onde saem relâmpagos, vozes e trovões, e, diante do trono, ardem sete tochas de fogo, que são os sete espíritos de Deus. Há diante do trono um como que mar de vidro, semelhante ao cristal, e também, no meio do trono e à volta do trono, quatro seres viventes cheios de olhos por diante e por detrás... Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de , um Cordeiro como tendo sido morto”( Ap. 4, 5:6)

 Compara-se a visão de José Kakende, um escravo alforriado, insano, que aliás, tratar-se-á mais adiante, com o episódio bíblico descrito:

o rojo de vento e grandeza de nuvem, em resplendor, e nela, entre fogo, se movendo uma artimanha amarelo-escura, avoante trem, chato e redondo, com redoma de vidro sobreposta, azulosa, e que, pousando, de dentro, desceram os Arcanjos, mediante rodas, labaredas e rumores”. (UMMB, 152)

No conto, a mentalidade das personagens é muito primitiva, calcada no mito e na religiosidade. O moço, para os sertanejos, é a alegoria do próprio Cristo, que retorna à terra para livrar o homem de sua condição humana, levando-o consigo para a condição paradisíaca. O homem deseja sua completude e essa completude ocorre (no pensamento cristão) mediante o amor de Deus.
No caso  particular da personagem José Kakende, ele é descrito comoescravo meio alforriado (...) de ideia conturbada; por último, então, delirado varrido, pelo fato de padecidos os grandes pavores, no lugar do Condado: girava agora por aqui e ali, a pronunciar advertências e desorbitadas sandices. (UMMB,151).
Kakende era considerado insano e dizia ter testemunhado  uma aparição às margens do Rio do Peixe, pouco antes dos cataclismos. Contudo, dá para acreditar nas palavras de um insano? Ou a loucura religiosa de Kakende estaria enraizada nas tradições míticas e evangélicas, caracterizando o provérbio bíblico, escrito pelo apóstolo Paulo  que diz:  “se alguém entre vós julga ser sábio aos olhos deste mundo, torne-se  louco para ser sábio aos olhos de Deus”. Kakende seria um louco religioso que procura religar o mundo à sua origem. Segundo os preceitos cristãos, Cristo voltará no dia do juízo final para resgatar os cordeiros de Deus, os mansos, fiéis e   bondosos.

Levaram o moço à missa,ele portou-se, não fez modos de crer nem increr.” (neologismo) “Seu sorriso às vezes parava, referido a outro lugar, outro tempo. Sorrindo mais com o rosto, senão com os olhos; suposto que nunca se lhe viram os dentes.” Nessa descrição, o moço demonstra termais saudade do que as demais pessoas (...) _ coração de cão com dono
O narrador não corrobora com a visão mística medieval das personagens e mantêm-se  no seu lugar. Como  terceira pessoa, onicisciente, não atua individualizado  na estória como uma testemunha dos fatos, mas como um contador das estórias relatadas pelos sertanejos. Ao invés de olhar de fora, rodeando, analisando, distorcendo, entra-se no interior da realidade, numa experiência de conhecer a coisa em si, em seu absoluto. Desta forma, o ser é captado não a partir do observador, mas de dentro de si mesmo.
 O que chama a atenção nesse trecho é o laconismo que ele representa. O advérbio de negação nunca referi-se ao fato de que o moço não ria. O nada ao qual o riso nos dá acesso encerra uma verdade infinita e profunda em oposição ao mundo racional e finito da ordem estabelecida. O moço demonstrava ter “mais saudade do que as demais pessoas” e a expressão popular “coração de cão com dono” reforça a ideia contida em “saudade”. O que o riso estaria escondendo?
Abre-se aqui um parêntese para considerações, ainda que lato sensu, para a conotação de riso no sentido em que nos interessa. O riso articula linguagem e pensamento, e pode ser entendido como uma válvula de escape para o pensamento aprisionado nos limites da razão. Alberti observa que “o riso é o espaço do indizível, do impensado.” (ALBERTI, 1999, p.11) Nas observações de Nietzsche em Além do Bem e do Mal, o riso  corresponde ao espaço do não-saber, experiência necessária para desacorrentar o pensamento dos limites do sério.

O Padre Bayão, com a autoridade religiosa que lhe cabe, escreve uma carta ao cônego Lessa Cadaval,  descrevendo suas observações a respeito do esquisito moço. Em seus relatos compara o moço a pessoas comuns “Comparados com ele, nós todos, comuns, temos os semblantes duros e o aspecto de má fadiga constante.” A Igreja não confirma a ocorrência de milagre ou mito e  “igualmente dá menção do preto José Kakende, que na mesma ocasião se lhe acercou, com altas e despauteradas falas, por impor sua visão da beira do rio: ...”o rojo de vento e grandeza de nuvem, em resplandor, e nela, entre fogo, se movendo uma artimanha amarelo-escura, avoante trem, chato e redondo, com redoma de vidro sobreposta, azulosa, e que, pousando, de dentro, desceram os Arcanjos, mediante rodas, labaredas e rumores.””

foi dito anteriormente que o narrador posiciona-se como um contador de estórias, para isso, vale-se do discurso indireto livre que permeia toda a narrativa, caracterizando a impessoalidade dos acontecimentos. É curioso notar que a origem dos relatos, possivelmente transmitidos de pais a filhos e de filhos a netos aparecem no texto sob a forma de sujeitos indeterminados:

 “Mas à porta da igreja se achava um cego, Nicolau, pedidor, o qual, o moço em o vendo, olhou-o sem medida e entregadamente — Contam que seus olhos eram cor-de-rosa! — e foi em direitura a ele, dando-lhe rápida partícula, tirada da algibeira”.

Nesse trecho, há alguns aspectos gramaticais a destacar. Primeiro, o verbo na terceira pessoa      do plural, marca a indeterminação do sujeito, portanto, o narrador           caracteriza a incerteza dos fatos, segue-se  à indeterminação do sujeito, o sinal gráfico, travessão, que indica a mudança dos interlocutores num diálogo. Com isso, o narrador demonstra ter se colocado à escuta das vozes que saem da boca dos sertanejos, “tornando-as verdadeiras em si mesmas”, como disse-o muito bem, Bosi em Céu, inferno. Essa sobreposição de pontos de vistacria no leitor de Rosa o efeito estranho de uma prosa refinada e alusiva que fosse guiada por um olho... sertanejo” (BOSI, 2003, p.36) . É por isso, que reafirmamos, o pensamento do narrador não coincide com o dos personagens,  o pensamento moderno do narrador é apenas circundado pelo pensamento medieval.

O trecho a seguir é um dos mais brilhantes episódios do conto, suscita do leitor uma leitura atenciosa devido ao elevado  grau  de ambiguidade em que se engendram os acontecimentos. É o momento mais tenso, em que se tem a impressão frustrada de que algo maravilhoso vai acontecer. Mas o milagre se mostra para os maravilhados, e ainda, “é o olhar maravilhado que transforma o caos em cosmos” (LOPES, 1997, p.59).
À porta da igreja, encontrava-se um cego, o moço branco avistando-o deu-lhe uma “partícula”, pedaço de alguma coisa:

“Então o cego guardou, com irados ciúmes e por diversos meses aquela semente, que foi plantada após o remate dos fatos aqui ainda por narrar: e deu um azulado de flor, da mais rara e inesperada: com entreaspecto de serem várias flores numa única, entremeadas de maneira impossível, num primor confuso, e, as cores, ninguém a respeito delas concordou, por desconhecidas no século; definhada, com pouco, e secada, sem produzir outras sementes nem mudas, e nem os insetos sabiam procurar.”

Ao invés  de uma retrospectiva, flashback, ato de contar o que aconteceu,  aqui tem-se um  move forward, ou seja, são relatados os fatos que ocorreram  após o desfecho da estória, e que portanto, o narrador não comprova a sua veracidade. O fato de Rosa  deixar o sentido aberto, isto é, não assegurar uma significação,  evidentemente é intencional; trata-se de uma escrita enigmática que espera ser decifrada.

 O uso do  advérbio reforça a ideia de  que a semente apenas foi plantada “após a conclusão da estória. Os dois pontos acentuam uma pausa breve da linguagem oral para caracterizar o que vai ser dito em seguida. Com isso, Rosa evidencia características modernas no conto, Trata-se do ponto máximo de ambigüidade na narrativa.

Duarde Dias, considerado homem de gênio forte, tiranoalém de maligno e injusto,sobre prepotências”  foi o único que de início não gostou do moço, por acreditar tratar-se de um malfeitor disfarçado. “Queria carregar consigo o moço, sobre fundamento de que, pela brancura da tez e delicadezas mais, devia de ser um dos Rezendes, seus parentes, desaparecidos no Condado, no terremoto” (UMMB, 153)

O moço ficou mesmo sob a posse de Hilário Cordeiro, que “passou a ter sorte, quer na saúde e paz, em sua casa, seja no assaz prosperar dos negócios, cabedais e haveres” (UMMB, 159) , como se o estranho moço representasse um amuleto da sorte. Ao contrário, ele demonstrava ter um conhecimento técnico e arrojado sobre  o solo, sabia lidar com ferramentas e máquinas, além de ser inteligente e criativo.

De um lado o moço possui “as mãos não calejadas, alvas e finas, de homem-de-palácio”; de outronão embargando que grandes partes tivesse, para o que fosse de funções de engenhos, ferramentas e máquinas, ao que se prestava, fazendo muitas invenções e desembaraçando as ocasiões, ladino, cuidoso e acordado”

O episódio da moça Viviana adquire um tom anedótico, na medida em que fatos incertos são resgatados da memória dos sertanejos, via oralidade. Desde o início dos causos relatados em Um moço muito branco, o leitor depara-se com incógnitas sobre a veracidade dos fatos “do que adveio, justo, o caso da moça Viviana, sempre mal contado” (UMMB, 154). Palavras ou expressões como: “dito”, “contam”, “caso sempre mal contado” confirmam a sobreposição de estórias  bizarras.

Viviana era a filha de Duarte Dias. Ela não  se divertia como as outras moças, e o moço aproximando-se dela, “lhe pôs a palma da mão no seio, delicadamente.” (...) “Ela, que, a partir desse hora, despertou  em si um enfim de alegria, para todo o restante de sua vida, donde um dom.

Como sabemos, a língua vai muito além das palavras. Utilizamos uma série de formas de expressões corporais, como gestos, olhares e sorrisos como forma de comunicação. O gesto pressupõe uma maneira singular de alguém se expressar. Portanto, para cada língua existem diversos gestos que a completam, se a língua é diferente, os gestos também o são.
Em diferentes culturas os gestos mantêm suas particularidades. Um caso bastante representativo é o choque cultural que há entre os gestos brasileiros e os gestos japoneses. Pois, se por um lado um é visto como exagerado, o outro é sutil e sugestivo. Tais diferenças podem causar situações desconfortáveis ou engraçadas.
Por exemplo, enquanto o japonês se curva para o interlocutor, o brasileiro dá o aperto de mão, quase todas as vezes que se encontra com os amigos. Segundo a mentalidade cristã, sobrepor uma das mãos em uma parte específica do corpo, pode simbolizar cura ou libertação. Essa crendice pode justificar  o mito da libertação de Viviana, no momento em que o moço lhe pôs a mão sobre o peito.

Os aspectos míticos religiosos no conto adquirem um teor determinista. Como sabemos, a religiosidade exterior é um fenômeno sociocultura e os sertanejos nasceram num lugar cristão e pobre, que não desperta muitas expectativas. Nesse contexto, qualquer simples coincidência  causa a sensação de deslumbramento. A estória tem como cenário a Fazenda do Casco, de Hilário Cordeiro, localizada na rua do Arraial do Oratório. Os acontecimentos estão relacionados aos dias santosdia de São Félix, confessormomento em que surge o moço branco; há menção à festa de “São João”; o dia da vigília de transfiguração relacionado a  “Nossa Senhora das Neves” coincide com o dia em que Duarte Dias transforma-se em homem bom; e finalmente o “dia de Santa Brígida” quando o moço desapareceu.  Os aspectos  exteriores assumem um ponto crucial e determinante na religiosidade interior das personagens.
Todavia qualquer coincidência, num contexto de religiosidade primitiva é logo associado a encantamento. O excerto abaixo exemplifica essa afirmação:

 “Mas, o moço claro como o sol, o pegou da mão, e, com o preto José Kakende, o foi conduzindo pelos campos __ depois se soube que a terras dele mesmo, Duarte, aonde à tapera de uma olaria. E indicou que mandasse cavar: com o que se achou ali, uma grupiara de diamantes (...)”

Assim, conclui-se que Minas Gerais   foi muito explorada por mineradores tempos atrás e os cataclismos seriam consequências da exploração do solo mineiro. O vale do Jequitinhonha, uma das regiões mais pobres do Brasil, da qual pertence Serro Frio, contém habitantes em condições subumanas de sobrevivência, daí a constatação de  que a condição de miserabilidade também influencia na utopia cristã dos mineiros.
















 *Profª de Língua Portuguesa e mestre em Literatura e Critica Literária pela PUC/SP.

Bibliografia

ROSA, Guimarães Rosa. Primeiras Estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.


ALBERTI, Verena. O Riso e o risível: na história do pensamento. Rio de Janeiro: Jorge Zahar:FGV. 1999. 213p. Coleção  antropologia social

BIBLIA SAGRADA.

BOLLE,  Willi. Fórmula e Fábula. Teste de uma gramática narrativa, aplicada aos contos de Guimarães RosaSão Paulo: Perspectiva, 1973.

BOSI, Alfredo. Céu, Inferno: Ensaios e crítica e ideologia. São Paulo: Editora 34, 2003

LOPES, Paulo César Carneiro. Utopia Cristã no Sertão Mineiro: Uma leitura de “A hora e a vez de Augusto Matraga” de João Guimarães Rosa. Petrópolis, Rj:Vozes, 1997.

VEIGA, José Pedro Xavier da. Efemérides Mineiras: 1664-1897. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro; Centro de Estudos Históricos e Culturais, 1998.




[1] Obra referenciada a partir daqui como UMMB seguido do número da página.